sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A ESPERANÇA É VERMELHA - TESE MUNICIPAL

TESES – PED/2007 - Vitória da Conquista


1 – As Eleições de 2.008

No dia 05 de outubro de 2008 estaremos comemorando o 20º aniversário da Constituição federal de 1988, nesse mesmo dia, estaremos em luta para eleger o prefeito de Vitória da Conquista que dará continuidade ao projeto iniciado em 1997. Apesar do grande sucesso das nossas administrações será uma luta árdua. Enganam-se os que propagam que não teremos oponentes, aqueles que subestimam a força de adversários que tudo farão para interromper a nossa caminhada.

O PT e aliados conhecem a sua própria capacidade, mas sabem que não podem desprezar a importância da escolha acertada do nosso candidato, identificar e avaliar os adversários e principalmente o grau de unidade e disposição de luta dos partidos e da militância.

A chapa “ A Esperança é vermelha”, já tem posição definida e pública sobre o processo eleitoral de 2008: apoiamos a candidatura a Prefeito de Guilherme Menezes. Entendemos que o seu nome, possibilita agregar os partidos e as forças democráticas e populares, goza de enorme prestígio eleitoral, cumpriu muito bem a difícil tarefa de iniciar e desenvolver o nosso projeto, e, certamente possui excepcionais condições de unir e empolgar a militância e o povo nas difíceis jornadas que teremos em 2008.

2 - Porque Guilherme Menezes é o melhor candidato.

O Partido dos Trabalhadores alcançou um novo patamar em Vitória da Conquista nas eleições municipais de 1992. Naquele momento, vencia-se a etapa de participação eleitoral apenas para “marcar posição”, apresentando uma agremiação com propostas e ações diferentes dos demais partidos surgidos no pós-ditadura. Com o acúmulo duramente conquistado nos anos anteriores, nas eleições de 1992, o partido, em aliança com o PCdoB, apóia Guilherme Menezes, então filiado ao PV, como candidato a prefeito do município, e, cuja votação superior a 14.000 votos indicava a possibilidade real de derrotar os grupos oligárquicos que dominavam a política local. Dois anos depois, em 1994, Guilherme, elege-se como o primeiro deputado estadual do PT de Vitória da Conquista. Em 1996, com o PCdoB, PV, PDT, PSB, PAN e PSDB, o candidato do PT, Guilherme, venceu as eleições tornando-se prefeito do município. Nas eleições municipais de 2000, a coligação PT, PCdoB, PSB, PV e PAN indica o prefeito Guilherme à reeleição e José Raimundo, também do PT, como candidato a vice-prefeito. As forças democráticas e populares venceram com mais de 60% dos votos, 7 vereadores do PT, mais um do PCdoB e um do PSB. Em 2002, o partido propôs a candidatura de Guilherme Menezes para deputado federal que, para cumprir o calendário eleitoral, desincompatibilizou-se em abril daquele ano. Com a ascensão de José Raimundo como prefeito, iniciava-se a estratégia para o embate sucessório de 2004, que se revelou correta com a vitória de José Raimundo. Nas eleições gerais de 2002 e 2006, os candidatos a deputado federal – Guilherme e deputado estadual Waldenor elegeram-se com grandes votações. Portanto, foram cinco grandes vitórias eleitorais consecutivas nas quais foi importante o prestígio de Guilherme Menezes. Todos sabem que não foi apenas o carisma pessoal do homem público reconhecido pela população. Foi o projeto coletivo que atendeu desejos reais da nossa base social. A aplicação das propostas políticas do PT mudou o quadro político e social em Conquista. Novos atores e novos fatos passaram a ocupar o seu papel no cenário. Lideranças importantes tornaram-se repentinamente figuras do passado. Por outro lado, afloraram novas lideranças opositoras ao projeto municipal, com nova roupagem e apoiadoras do governo estadual e federal. Buscam utilizar-se dessa condição para tentar derrotar-nos, aproveitando-se da heterogeneidade do partido. Porque mesmo dentro do PT, personagens surgidos ou fortalecidos no processo coletivo buscam afirmações pessoais que nem sempre correspondem aos verdadeiros objetivos partidários.
A complexidade do quadro político atual e os novos adversários surgidos indicam que a melhor solução para o partido é apresentar nas eleições de 2008, o candidato preferido da população e que possui as melhores condições de vitória, porque o imaginário popular reconhece nele o representante legítimo das conquistas históricas do projeto popular.

3 – Quem não quer Guilherme Menezes como candidato a prefeito em 2008.

As forças conservadoras de Vitória da Conquista fogem da candidatura de Guilherme como o diabo da cruz. Sabem perfeitamente que com esse candidato suas possibilidades de nos derrotar eleitoralmente diminuem muito. Ao contrário, torcem e agem para que a coligação se divida e apresente qualquer outro nome mais fraco e ainda nutrem a esperança de que o PT designe um candidato que faça naufragar o projeto que sustentamos há mais de dez anos. Essa hipótese é possível porque forças internas dentro do partido privilegiam em todo o estado a aliança com o PMDB. Acolhemos e apoiamos a aliança eleitoral com esse partido que ajudou na vitória de Wagner. Mas, compreendemos perfeitamente aquela situação de aglutinar todas as forças anti-carlistas para derrotar o autoritarismo que governava a Bahia. Essa situação não é a de Vitória da Conquista, onde as forças progressistas já governam a municipalidade há mais de dez anos. E, nesse período, sempre tiveram no PMDB um dos seus mais ferrenhos adversários, o que torna incompreensível a atitude de importante filiado ao PT que tornou pública a sua intenção de transferir-se àquela agremiação, desejo não concretizado por pedido pessoal do governador.
Tentando desestabilizar a candidatura de Guilherme setores conservadores e também do interior do PT divulgam a tese de que ele não pode renunciar ao mandato de deputado federal, porque Conquista “perderia” um deputado e seria enorme perda para a região. Ora, é interessante que exatamente aqueles que nada fizeram pela eleição do deputado federal e mesmo se posicionaram contra a sua vitória, tornaram-se repentinamente os mais ardorosos defensores do mandato a ser cumprido em Brasília. Esse falso argumento não surgiu quando o então prefeito renunciou ao mandato para cumprir a tarefa partidária de candidatar-se a deputado federal. Infelizmente alguns setores do PT advogam a tese de que Guilherme deve manter-se em Brasília porque o partido vai ganhar as eleições de 2008 com qualquer candidato. Essa opinião além de pecar pela auto-suficiência e pela total subestimação da forças dos adversários, não consegue avaliar a real correlação de forças existente no município onde o natural desgaste provocado pela predominância do poder na esfera nacional, estadual e já o longo período no plano municipal tende a despertar um sentimento de oposição em setores do eleitorado.
A chapa “ Esperança é Vermelha” tem posição definida: propomos unir o PT e os partidos coligados, os movimentos sociais e populares, personalidades democráticas e progressistas em torno da candidatura de Guilherme a prefeito em 2008, o que certamente empolgará o povo, incendiará a nossa militância e possibilitará a continuidade do nosso projeto.

4 - O PT em Vitória da Conquista

O Partido dos Trabalhadores surgiu como expressão política das lutas de resistência à ditadura militar (l964-l984). Em Vitória da Conquista, na década de oitenta recrudesceram as lutas políticas e sociais. A histórica greve dos trabalhadores do café, em l980, foi um marco importante desses acontecimentos. A cidade se mobilizou para participar da greve geral, em l983, a primeira de caráter nacional desde o golpe militar de l964. Em l984, foi ampla e maciça a luta dos conquistenses na campanha pelas eleições diretas para a presidente.
Da efervescência social daquela época surgiram o Partido dos Trabalhadores em l981 e a CUT em l983. Ainda restrito aos meios estudantis e intelectuais, o partido iniciou seus primeiros passos incentivando e organizando as lutas populares. Grande influência exerceram na formação e desenvolvimento do partido a militância progressista religiosa e remanescentes de correntes revolucionárias que haviam combatido a ditadura militar. A CUT, significou um grande avanço na organização dos trabalhadores.

5 – A transformação do PT no principal partido de Conquista

A partir de l992, o Partido dos Trabalhadores alavancou a sua caminhada rumo a seguidas vitórias eleitorais até transformar-se no principal partido do município. Com o acúmulo obtido desde a sua fundação, participante e dirigente das lutas políticas e sociais e solidificando a aliança com os partidos progressistas, em l996 a coligação democrática e popular venceu as eleições para o executivo municipal com o candidato petista – Guilherme Menezes. O sucesso obtido na ação de governar ampliou enormemente o prestígio do partido, ampliando e consolidando o reconhecimento da população conquistense.

6 – A Primeira Gestão – 1997/2000

O Governo Participativo, implementou as propostas renovadoras e encontrou acirrada oposição das correntes conservadoras. A Câmara Municipal dominada em ampla maioria por essas forças, a mídia local e os setores mais reacionários do empresariado urbano e rural combateram e caluniaram sem tréguas o novo governo. O agravamento da luta política, no entanto, não conseguiu impedir que as medidas populares e de inversão de prioridades fossem aplicadas com êxito:
- restauração da credibilidade da administração municipal nos aspectos políticos, administrativos, financeiros e morais,
- pagamento dos salários atrasados e regularização das contas com os fornecedores,
- implantação de novos métodos de gestão pública com efetiva participação popular,
- institucionalização do Orçamento Participativo/OP, como processo de publicização das contas públicas e de decisão popular na aplicação dos recursos orçamentários,
- quebra do monopólio da empresa que dominava o transporte público de passageiros,
- desenvolvimento de uma política de geração de emprego e renda para as camadas mais pobres, possibilitando o surgimento do Banco do Povo, GEP e Credicoop.
- programas sociais dirigidos às crianças e adolescentes em situação de risco social por meio do “Conquista Criança” e também aos idosos como o “Terceira Idade”,
- revitalização do lazer e da cultura como a Micareta, as festividades do São João e o Natal da Cidade que recuperaram ricas tradições de cultura popular, como os reisados, ternos de reis e outras manifestações de cultura do povo,
- desenvolvimento do ensino público foi importante, principalmente a abertura de escolas de 5º a 8º séries (ginásio) no interior,
- a municipalização plena da saúde pública foi o elemento fundamental para a implantação do sistema, abrangendo os mais variado equipamentos, hospitais, policlínicas, serviços especializados, postos de saúde e o desenvolvimento do Programa de Saúde da Família.
Apesar da acirrada oposição das forças conservadoras, o governo participativo encerrou vitoriosamente a primeira gestão, com prêmios de excelência em quase todas as áreas governamentais e com enorme prestígio popular.

7 – A Segunda Gestão do Governo Participativo

Nas eleições de 2000, a coligação PT, PCdob, PSB, PV e PAN lançou o prefeito Guilherme Menezes à reeleição e José Raimundo, também do PT, como candidato a vice-prefeito. As forças democráticas e populares obtiveram grande vitória, reelegendo o prefeito com mais de 60% dos votos, 7 vereadores do PT, mais um do PSB e um do PCdoB. Esse sucesso eleitoral possibilitou o aprofundamento do processo de mudanças políticas e administrativas no município. A nova correlação de forças obtida na Câmara Municipal permitiu a normalização das relações entre os dois poderes. Em 2002, o partido propôs a candidatura de Guilherme Menezes para deputado federal e com a ascensão de José Raimundo como prefeito, iniciava-se a tática eleitoral para o embate sucessório de 2004.

8 – A terceira Gestão Democrática Popular

A estratégia iniciada em 2002 de ocupação dos espaços de mandados legislativos no plano federal e estadual, e, a popularização de José Raimundo, revelou-se eficaz nas eleições de 2004. No entanto, o fator principal da vitória foi a formação de sólida unidade em torno do candidato a prefeito, agregando as lideranças do PT, dos partidos aliados e grande disposição de luta da militância partidária. A terceira gestão enfrentou uma nova situação para o governo popular. Com diversas questões administrativas, políticas e sociais resolvidas tratava-se, então, de propor soluções para novas aspirações da sociedade conquistense. Entre elas, destacava-se a necessidade de crescimento e de obras fundamentais para o revigoramento urbano da cidade. A terceira gestão já se iniciou com dois anos de vigência do governo Lula. Estavam rompidas as dificuldades de relacionamento com o governo federal e derrotado o boicote que a Câmara Municipal promovera na primeira gestão. Persistiam ainda as difíceis relações com o governo do estado, particularmente na área da saúde pública.
O Governo Lula possibilitou a apresentação de projetos atendidos, e que envolveram quase todas as áreas da administração municipal, principalmente obras para a melhoria do cenário urbano de Conquista.
No aspecto institucional foi de enorme importância a elaboração do novo plano diretor urbano. Entre as diversas obras viárias executadas, pode-se destacar a implantação da Av. Integração, a reurbanização do entorno e formação da Lagoa Bateias, a extensão da Av. Olívia Flores até a UESB, a duplicação da av.Juraci Magalhães com ciclovias, ciclovia na Av. Paraná, implantação do complexo esportivo no ginásio de esportes, ampliação de equipamentos de saúde, de esportes e remodelação de feiras públicas. As inúmeras obras e serviços da terceira gestão certamente serão um fator altamente favorável para o desfecho sucessório de 2004.

9 – As tarefas do futuro

Com importantes quadros partidários envolvidos com a administração municipal, o movimento popular e social se enfraqueceu. Organizações foram hegemonizadas por direções pelegas ou lideradas por correntes supostamente “de esquerda” que combatem o governo municipal, o governo Lula, Wagner e principalmente o PT. Responsável maior por essas esferas de governo, o partido é constantemente atingido por setores que se identificam como “esquerdistas” e que se aproveitam de determinadas carências populares e do corporativismo existentes em algumas categorias do funcionalismo público. Para manter o seu caráter classista e popular, o PT deve reatar os seus vínculos históricos com os movimentos sociais, com os sindicatos de trabalhadores, associações de moradores, as organizações rurais, as lutas setoriais de raça, de gênero, jovens e estudantes. Organizar o partido nos bairros periféricos e fincar-se entre as populações socialmente marginalizadas. As entidades que lutam pela segurança coletiva e individual, contra a violência e arbítrio policial, pela defesa da natureza e do meio ambiente são parceiras fundamentais na nossa luta política. Mais importante do que o sucesso no governo são as lutas da sociedade, a organização permanente da nossa base social e principalmente o rompimento dos trabalhadores com a ideologia dominante, condição absolutamente necessária para o desenvolvimento da luta pelo socialismo.

10 – Porque a Nossa Esperança é Vermelha.

“A Esperança é Vermelha” defende ardorosamente o Governo Lula, entendemos a necessidade de retornarmos com força aos movimentos sociais e populares porque não basta mudar formas de governar, nossa luta maior é transformar a sociedade, que almejamos socialmente mais justa, mais democrática e fraterna.

Na Bahia, nossas esperanças foram revigoradas com a ascensão do governo Wagner. O caos deixado por décadas de governos conservadores não está sendo superado com facilidade. A própria amplitude da aliança eleitoral que possibilitou a grande vitória, ao constituir-se em governo, torna-se um elemento de dificuldades ao se implementar as mudanças que a Bahia exige.

O III Congresso Nacional do PT foi um grande momento na história do nosso partido. Reafirmou a necessidade de retorno aos movimentos sociais e populares, foi reassumido que o partido é de massas e socialista, aprovou-se o apoio e participação nas propostas mais avançadas da sociedade e importantes decisões sobre o funcionamento partidário foram aprovadas.

Em Vitória da Conquista a chapa “A Esperança é Vermelha” constitui-se em uma corrente de opinião que congrega militantes históricos, jovens, mulheres, líderes sindicais e comunitários, negros, povos da periferia e trabalhadores e dirigentes públicos, todos organizados democraticamente, com discussões e decisões coletivas, buscando sempre somar e unir sem preconceitos ou discriminações, agregando sempre novas companheiras e companheiros na luta política e partidária.

Conclamamos todos os filiados e filiadas do Partido dos Trabalhadores a juntarem-se a nós, livremente, conscientemente, e, nessa luta, mudar os rumos do PT em Conquista, e para promover essa mudança apresentamos a companheira Suzana Ribeiro como candidata à presidência municipal do PT em Vitória da Conquista.


Vitória da Conquista, 09 de outubro de 2007.

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